O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo e a segunda maior causa de morte, após a hipertensão. Atualmente, mata um em cada dez adultos. O número de mortes provocados pelo cigarro chega a 5 milhões por ano em todo o mundo. O tabagismo, doença provocada pela dependência da nicotina, causa também 50 diferentes doenças, entre elas as cardiovasculares, respiratórias e o câncer. No Brasil, o Instituto Nacional de Combate ao Câncer (INCA) estima que cerca de 200 mil mortes por câncer a cada ano são causadas pelo tabagismo. Chamam a atenção no país os dados a respeito de câncer de pulmão, de boca, de laringe e de esôfago. De acordo com levantamento divulgado pelo INCA, o câncer de pulmão está em terceiro lugar no ranking de incidência em mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama e do colo de útero. Estudos mostram que 95% dos cânceres de pulmão são desenvolvidos em pacientes com histórico de fumo.
Dados da Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, realizada entre 2006 e 2010, mostram que a proporção de brasileiros fumantes caiu de 16,2% para 15,1%. Entre os homens, que em geral fumam mais, o número caiu de 20,2% para 17,9%, sendo, por isso, mais expressivo que entre mulheres: o índice continua estável em 12,7%. Pessoas com menor escolaridade (zero a oito anos de estudo) fumam mais, com taxa entre 18,6%, em relação às pessoas mais escolarizadas (12 anos ou mais de estudo), em que o índice de fumantes é de 10,2%. Entre os jovens estudantes de segundo grau, entre 2000 e 2009, as taxas de tabagismo diminuíram de 28% para 17,2%.
A previsão é de que, somente neste ano, o câncer de pulmão atinja 27.630 brasileiros: 17.800 homens e 9.830 mulheres. A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, da OMS, é o principal instrumento mundial de controle do tabaco. Em vigor desde 2005, é um tratado internacional pelo qual seus mais de 170 signatários se comprometem a adotar legislações restritivas e reguladoras da produção, distribuição, propaganda, preço, acesso e consumo do tabaco. A Assembleia Mundial de Saúde criou o Dia Mundial sem Tabaco em 1987 para chamar a atenção de todo o mundo para a epidemia do tabaco e seus efeitos letais.